A catarata, um lesão ocular que atinge e torna opaco o cristalino, afeta cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo.
Isso representa 51% dos casos de cegueira, conforme dados mais recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde). Só no Brasil, segundo a SBO (Sociedade Brasileira de Oftalmologia), são aproximadamente 550 mil novos casos por ano.
Essa condição ocular leva a sintomas de visão embaçada, sensibilidade à luz e alteração na percepção das cores. À medida que a doença progride, a visão pode se limitar a sombras e formas.
Agora, imagine um aplicativo que transforma seu celular em uma ferramenta médica para examinar seus olhos e detectar catarata?
Pois é essa a função do Peek, sigla de Portable Eye Examination Kit (Kit Portátil de Exame Ocular, na tradução literal).
Quem desenvolveu o app foi Andrew Bastawrous, pesquisador da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
O objetivo é simples, mas que pode trazer uma revolução na medicina. Sendo assim, a ideia é diagnosticar catarata em pacientes que vivem em áreas remotas, onde acesso a cuidados médicos especializados é limitado.
Tipos de catarata
1. Catarata Senil: É a forma mais comum, resultado principalmente da idade do cristalino. Cerca de 85% dos casos de catarata são classificados como senis, afetando principalmente pessoas com mais de 50 anos. Embora não seja considerada uma doença, é um processo natural de envelhecimento.
2. Catarata Congênita: Presente desde o nascimento.
3. Catarata Secundária: Como o próprio nome diz, desenvolve-se secundariamente devido a uma variedade de fatores, tanto oculares (como uveíte, tumores intraoculares malignos, glaucoma, descolamento de retina) quanto sistêmicos (traumatismos, doenças endócrinas, como diabetes mellitus, exposição a substâncias tóxicas, radiação, entre outros.
Principais causas
Senis: Principalmente relacionadas à idade, afetando principalmente pessoas acima dos 50 anos. Entre fatores que podem agravar estão diabetes, doenças renais e cigarro.
Congênitas: Podem ser genéticas ou infecciosas, com infecções como sífilis, rubéola ou toxoplasmose durante o primeiro trimestre da gravidez, o que contribui para o desenvolvimento. Uso de álcool e drogas durante a gravidez também pode desencadear catarata congênita.
Aplicativo faz diagnóstico de catarata
Mas como funciona o Peek, que citamos no início do texto? Bem, é simples! O aplicativo utiliza a câmera do smartphone e o LED de flash para examinar o fundo dos olhos do paciente.
Com isso, é possível detectar não só catarata, mas também determinar se o paciente precisa de óculos. Para isso, o Peek exibe letras que vão diminuindo gradativamente de tamanho, permitindo ao médico avaliar a acuidade visual da pessoa.
A ferramenta ainda vai além, sendo capaz de armazenar dados dos pacientes e, se necessário, poderão servir como base para outros médicos. Assim, em áreas remotas, é possível não apenas fazer o diagnóstico, mas também encaminhar o paciente para tratamento.
Conforme notícias da BBC, o Peek foi testado em comunidades do Quênia, pois, a grande maioria dos doentes, está nos países mais pobres, em lugares onde o acesso a médicos é aquém.
Nessa fase de testes práticos, as imagens do aplicativo foram comparadas com os resultados de equipamentos oftalmológicos tradicionais.
Para conhecer mais e acessar a plataforma, clique aqui.
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